Como vender pela internet

Para vender pela Internet você não precisa de conhecimento em informática, nem mesmo dominar o segredo das redes sociais e muito menos ser um especialista em e-commerce. Para você vender pela Internet o mais importante é dedicação. Ou seja, quanto tempo você está disposto a investir no projeto de sua Loja Virtual.

Esta lição é particularmente importante para os novos empreendedores no “mundo virtual”, muitos dos quais têm pouco de perspectiva sobre o nível de esforço necessário para que uma loja venda pela Internet. Não estamos falando de tecnologia, essas já estão bastante maduras, mas a dedicação ao negócio online.

Uma Loja Virtual não é muito diferente de uma loja física, de rua. A grande vantagem é que ela está instalada na maior avenida do mundo, a Internet.

Escolhida a plataforma de Loja Virtual, monte as páginas dos seus produtos de forma muito clara e objetiva. Lembre-se, você terá alguns segundos para conquistar a atenção do seu cliente. Tenha boas fotos dos produtos e descrições caprichadas.

Disponibilize canais de comunicação com os seus clientes (telefone, e-mail, chat etc.) e responda rápido. Esse pode ser um diferencial de uma pequena Loja frente às grandes MegaStores.

Esteja atento com a entrega dos produtos, não prometa prazos que não pode cumprir. Informe de forma muita clara o passo a passo da entrega do produto (aprovação de crédito, despacho, correios etc.).

Lembre que uma loja, de rua ou virtual, precisa de visita de clientes para vender. Não adianta montar uma loja virtual, se você não tiver um plano de divulgação. Todo dia você deve pensar em ações para ter visitantes em sua Loja Virtual. Pode começar com campanhas por e-mail (e-mail marketing). Se você já tem base de clientes, comunique-se com ela. Informe sobre ofertas e promoções, dê vantagens para quem compra na sua Loja Virtual. Use seu relacionamento nas redes sociais para divulgar sua Loja e produtos.

Quando for fazer anúncios pagos, recomendamos buscar apoio profissional para não jogar dinheiro fora. Uma campanha bem montada gera a quantidade de vendas considerando o quanto você está disposto ou pode investir. Acompanhe os relatórios e veja quais ações dão resultado. Não tenha medo de testar. O processo de vendas é um eterno teste.

Então, você fez avenda, e agora você está planejando maneiras de seduzir o próximo cliente. Antes que você pense sobre isso, descubra como você faz para que um mesmo cliente volte a comprar na sua Loja.

Um simples e-mail follow-up pode ser tudo o que precisa para fazer um cliente comprar de você novamente e novamente. Mostre interesse pela satisfação do cliente, ofereça novos produtos ou complementares a sua última compra.

Envie e-mails para lembrar os clientes que você ainda está por perto. Se você vende sabão e sabe que a duração média de tempo que leva para usar uma barra é de duas semanas, verifique se está desencadeando um e-mail, duas semanas depois a um cliente que comprou uma barra de sabão com um lembrete para comprar novamente. Se você tiver um cliente que sempre compra chocolate escuro de sua Loja, mande chocolate escuro de presente pelo seu aniversário.

Lembre-se de dar aos clientes a oportunidade de "opt out" de seus e-mails. Ou seja, respeite se ele não quiser mais receber seus e-mails.

O Planejamento e construção de uma boa Loja Virtual pode ser desafiador, mas a recompensa será o aumento de vendas, maior relacionamento com os seus clientes e lucro para seu negócio.


Por Vinicius Pessin, CEO da e-Smart
Redação AdNews

Um olhar reflexivo sobre o "reality show fitness" no Instagram

Como um palco das mais diversas manifestações midiáticas contemporâneas, as mídias digitais têm se apresentado como um ambiente tecnológico que abarca múltiplas facetas de uso e significados culturais. Em meio a uma potente repercussão de conteúdos e de holofotes apontados às supostas celebridades que surgem a cada dia nesses espaços comunicacionais, o ciberespaço é um ambiente aberto para o nascimento de novos atores, localizados muitas vezes ao acaso e lançados a uma fama imediata. Nesse sentido, e dentro dessa cena digital, o aplicativo Instagram é quem merece nosso foco de reflexão. Trata-se de um aplicativo móvel que pode ser definido como uma rede social digital de compartilhamento de imagens, e que desde junho de 2013 inseriu a possibilidade de também se publicar vídeos. A peculiar intuitividade e o conceito do aplicativo são destacadamente simples, pois permitem aos seus usuários compartilharem imagens, bem como aplicarem nelas uma grande variedade de filtros e efeitos disponíveis.

Nesse aspecto, vale refletirmos como algumas pessoas se apropriam desse espaço e como constroem narrativas sedutoras e envolventes, como a estratégia desenvolvida por Gabriela Pugliesi, criadora do blog Tips 4 Life e que conta com mais de 340 mil seguidores. Considerada pelo portal Ego (Globo.com) como “um fenômeno do Instagram”, Gabriela Pugliesi é uma moça de 27 anos que abandonou um emprego formal em uma joalheria para se dedicar exclusivamente aos posts em uma rede social digital. As dicas da baiana, que mora em São Paulo, vão desde receitas light de alimentos, tirinhas com anedotas, fotografias de situações cotidianas, em sua maioria na Academia Reebok, uma das melhores e mais bem equipadas da cidade, localiza no terraço do Shopping Cidade Jardim, o epicentro do consumo de luxo no País. O aparente sucesso do seu blog não só magnetizou uma legião de seguidoras e algumas capas de revista (hoje Gabriela Pugliesi assina uma coluna mensal na prestigiada Revista Women’s Health da Editora Abril), mas também uma miríade de marcas de roupas, alimentos funcionais e suplementos.

Interessa examinar o perfil de Gabriela Pugliesi, que exibe um discurso norteado pelo formato midiático aqui chamado de “reality show fitness”. Entendemos como “reality show” esse fenômeno de uma cidadã comum adquirir status de celebridade de forma abrupta e meteórica por meio de um processo de alta visibilidade de suas práticas cotidianas, principalmente aquelas associadas ao universo fitness. A blogueira está angariando uma legião de seguidoras por conta de uma estratégia de fotos e textos baseada no oferecimento de um profícuo cardápio que visa aumentar a qualidade de vida. O próprio texto que descreve o perfil de Pugliesi já sintetiza esse inquietante: “Gabriela Pugliesi - healthy lifestyle - estilo de vida saudável e feliz! Nosso corpo é nosso templo! Se ame! #geracaopugliesi #tips4life”.

Gabriela Pugliesi sagazmente adota uma estratégia muito clara para alcançar um notório reconhecimento no Instagram. A busca da boa forma, um suposto aumento de qualidade de vida e o bom humor tornam-se o tripé discursivo que alicerça a retórica da web-celebridade. Nota-se que em boa parte dos textos produzidos por Gabriela, o discurso neoliberal se espraia pela comunicação interpessoal e as relações passam a ser geridas por meio da lógica do custo-benefício. Afinal vivemos na época do capitalismo afetivo, no qual os cálculos de custo-benefício são norteados pelos discursos clássicos de marketing e branding e passam a vigorar também no âmbito pessoal. Nesse regime de visibilidade hipertrofiada, a boa forma física assume importância chave como capital simbólico pessoal.

A vinculação dos bens culturais e midiáticos às identidades nos sites de redes sociais é muito comum. Esse processo endossa o entendimento das práticas de consumo na contemporaneidade como práticas de construção identitárias cotidianas, que se dão tanto no âmbito material quanto simbólico. O consumo moderno define-se pela proeminência de atributos simbólicos dos produtos em detrimento de suas qualidades estritamente funcionais e pela manipulação desses atributos na composição de estilos de vida.

No manancial de fotos e textos que Gabriela publica na timeline de seu Instagram, fica evidente um discurso norteado pelo suposto prolongamento da duração da vida, onde ela colhe os frutos da eficácia tecnológica da biomedicina e de sua condição sócio-econômica aparentemente bem sucedida. Pugliesi surge para milhares de seguidoras em um cenário da existência luxuriante de um mundo que promete a felicidade de satisfações incontestáveis e sempre renovadas.

Em rede, cada usuário desenvolve uma maneira de uso e de apropriação que lhe é próprio. Cada um decide o que ver, consumir ou com quem quer conviver. Hábitos e usos funcionam como pistas das silhuetas subjetivas de cada usuário. Nesse sentido, no caso do “reality show” aqui investigado, Gabriela Pugliesi não é mais uma pessoa comum, está se tornando celebridade (as pessoas se magnetizam a ela e se inspiram nela) com o uso do Instagram, e com isso percebe-se novas formas de se apresentar na cena midiática e construir potências simbólicas de corpos. Tanto no discurso imagético quanto textual de Gabriela percebe-se um misto de entretenimento e autoajuda, e até mesmo uma espécie de efeito de narciso às avessas: uma fala interminável e incansável, que produz em suas seguidoras uma não necessariamente verdadeira percepção de sempre se achar feio o que se vê refletido no espelho. Nunca está bom. As redes sociais digitais, sobretudo o Instagram, encorajaram as pessoas a mostrarem identidades discursivas. E, com isso, desenvolve-se uma compreensão mais rica de seus papéis nesse ecossistema digital difuso, inquieto e complexo. 

Por enquanto, não há como prever se esse tipo de comportamento atingirá um grau de saturação, pois são inúmeras as possibilidades de estudo a esse respeito no ecossistema cibercultural e boa parte deles evidenciando o impacto da hibridação entre dispositivos e pessoas à experiência cotidiana.

Por Marcos Hiller, coordenador do MBA Marketing, Consumo e Midia Online da Trevisan Escola de Negócios
Redação AdNews

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