O país do futebol arte pode ser o continente do universo digital em 2014

O país do futebol arte, já reconhecido como a grande capital do universo da mídia social, deverá bater todos os recordes do universo digital em 2014. O casamento do digital com o esporte, ainda em crescente exercício, não só gerou recordes nas estatísticas de audiência, mas também nos negócios. E claro, no país onde existe tamanha paixão pelo futebol e pela internet, a Copa de 2014 não poderia deixar de ser uma grande oportunidade.

Para sermos econômicos, nossa história começa na Copa de 2010, quando ao início do evento, 12 milhões de usuários por minuto navegavam simultaneamente em busca de informações sobre jogos - o recorde anterior aconteceu na vitória de Barack Obama na disputa pela presidência dos Estados Unidos, em 2008, com 8,6 milhões de usuários simultâneos. Ou ainda quando, em junho de 2010, o aplicativo “Vuvuzela” foi o mais baixado no iTunes e o tópico “Copa do Mundo” ficou no topo das citações mundiais.

O Brasil sozinho alcançou números impressionantes. Como, por exemplo, quando o Globoesporte.com atingiu mais de 10 milhões de visitas durante a transmissão ao vivo de uma convocação da seleção brasileira. Ou ainda com aumentos de 20% a 80% no tráfego diário das seções de esportes de grandes portais brasileiros. E como não poderia ser diferente, a Copa 2010 confirmou a força do Brasil como um dos principais geradores de conteúdo viral na web. Afinal, quem não lembra do famoso #calabocagalvao ou o #savegalvaobirds - mais um trending topic mundial do Twitter made in Brazil - ou do pé-frio Mick Jagger?

Para não ficarmos tão longe no passado - vale olharmos para o sucesso das Olimpíadas de Londres, em 2012. O serviço informacional do site oficial do evento teve como foco sempre agregar valor à experiência do visitante. Com a sensação de estar “ao vivo” durante o consumo do evento, a navegação foi desenhada para fornecer rapidamente informações em relação às diferentes necessidades dos usuários, como mapas, páginas exclusivas de países e atletas.

O alcance comunicacional ainda foi turbinado pela estratégia de engajamento da audiência nas mídias sociais. Por exemplo, no Facebook, com os botões de “suport”, “celebrate” por atletas e no Twitter, com mensagens ao vivo durante todos os jogos. Ao final do evento, o site oficial obteve 432 milhões de visitas,  sendo 60% por mobile. O APP oficial teve 15 milhões de downloads e criou-se uma malha de mais de 4 milhões de fãs na web. 

Apesar do Brasil não estar listado como um dos 12 principais países de origem dos acessos ao site oficial das Olimpíadas de Londres, o portal Terra - que realizou a cobertura oficial no Brasil - obteve mais acessos que  o site da BBC, o veículo online oficial das Olimpíadas. Foram 62 milhões de pessoas que assistiram aos jogos pelo Terra e 35 milhões com a BBC.

O fenômeno do second screen deverá ser uma das grandes oportunidades no mobile. Se na última copa o acesso à web durante os jogos da seleção brasileira eram mais tímidos pelo fato da mobilidade ainda não ser tão representativa, as vendas de smartphones, desde 2010, não pararam de crescer acima da casa dos 70%. Ou seja, o brasileiro estará com o mobile na mão e de olho na telinha.  

Muitas pessoas vão registrar a turma no bar no momento do gol, outros vão comentar o jogo e, certamente, outras formas de celebração, participação e apoio ao seu time, portanto, trabalhar conteúdo especializado e interações sociais conectados a transmissão on-time pode ser a grande marca de nossa Copa.

Os portais e os geradores de conteúdo digital terão a oportunidade de crescer sua participação no investimento de mídia. Afinal, a participação do digital nas verbas de marketing no Brasil ainda está aquém da média mundial, 10.6% contra 19.8%. O Brasil é o país do futebol e especialistas não faltam para crescer o interesse pelo assunto. Certamente, quem não estiver no estádio estará conectado à frente da televisão e claro que qualquer tipo de conteúdo diferenciado fará a diferença. 

O grande desafio das marcas e das próprias redes sociais será a geração de ruído e a impertinência do contato com os usuários. Para engajar, as marcas devem investir em pesquisa e em tecnologia para realmente escutar e conhecer com quem estão se relacionando. 

O digital não é barato como o mercado pensa. O digital ou exige um grande investimento de curva de aprendizagem ou de compra de conhecimento. Afinal, engajar não é apenas ativar as redes sociais, é saber minerar informação e sempre crescer o poder de cada ativação até desenvolver um diálogo. É necessário analisar grandes quantidades de dados em pouco tempo, gerar inteligência sobre o que sempre foi apenas guardado e, finalmente, ter o tão almejado relacionamento personalizado com o cliente - o mais valoroso.

Claro que todo esse potencial deve ser acompanho por investimentos em infraestrutura, tanto no âmbito digital como no socioeconômico. Certamente, toda a potência de sucesso aumentará se o Brasil crescer a base para que os gols marcados não sejam apenas uma exibição. Precisamos crescer a inclusão digital com qualidade, ou seja, ao lado da educação e, claro, junto com os investimentos em desenvolvimento tecnológico, tanto em hardware, software como em mão de obra qualificada. Toda a potência de sucesso aqui discutida pode tornar-se frustração e repercussão negativa caso o Brasil falhe em quesitos básicos como organização e conexão com a Internet (fixa, 3G e 4G).


Por Rodrigo Arrigoni, sócio fundador da R18, empresa especializada em social data analysis. 
Redação AdNews

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