As estatísticas são números, mas a prática da estatística é a arte de medir o conhecimento imperfeito e sua área de conhecimento está envolvida em incertezas. Então por que devemos nos preocupar com ela? Porque as empresas, a economia mundial, as descobertas científicas e os avanços médicos são todos baseados, em sua essência, em estatística.
A disciplina da estatística está relacionada à arte de ponderar e equilibrar as evidências observadas e, assim, é responsável pela credibilidade científica de nossa sociedade. Conclusões científicas são baseadas em dados experimentais, na presença de incerteza, e estatística é o mecanismo para julgar o mérito dessas conclusões. Os testes estatísticos são como uma auditoria de credibilidade. Claro, você pode fazer malabarismos para fazer má ciência parecer melhor do que é. Mas, existem fenômenos importantes que você simplesmente não consegue descobrir sem estatística.
Existem muitos pontos de vista com relação aos dados e quanto mais ângulos você tiver, maiores serão as chances de encontrar algo novo. A estatística é usada como uma ferramenta de inovação no processo de investigação que revela fenômenos que não estão previstos por um modelo científico e são invisíveis com uma análise simples.
Há cento e cinquenta anos, a maioria de nós era formada por agricultores e existia o desafio de conseguir alimentar a população mundial. A estatística foi umas das chaves para a pesquisa agrícola que levou a melhoria na produtividade das safras, produzindo mais alimento em menos terras para atender mais pessoas com menos esforço físico. Essa mudança de paradigma permitiu que o mundo moderno se tornasse urbano.
Um pouco mais recentemente nossas vidas mudaram mais uma vez, por conta dos efeitos da revolução da microeletrônica. No campo da engenharia, a medição em nanômetros permitiu obter um rendimento econômico de componentes confiáveis, que utilizando estatística, passaram a ser usados para superar desafios em todas as áreas do conhecimento.
Com ela também passamos a descobrir o complexo funcionamento das nossas próprias vidas, por meio da biologia molecular e a genômica. Entender essa complexidade só foi possível através de métodos estatísticos. Por exemplo, recentemente foi anunciada a descoberta de uma nova partícula física, o Bóson de Higgs, considerada a maior descoberta do século 21 até o momento. E só foi possível descobri-la com a construção do acelerador de partículas Large Hadron Collider (Grande Colisor de Hádrons), o maior do mundo. Através de métodos estatísticos, foram analisados nada menos do que 300 trilhões de colisões de prótons até que a descoberta da nova partícula pudesse ser confirmada.
Estes 300 trilhões de dados analisados na descoberta do bóson nos remetem ao fenômeno do Big Data e, não por acaso, ao fato de 2013 ter sido eleito o ano internacional da estatística.
Artigo encaminhado por John Sall, cofundador e vice-presidente executivo do SAS
Redação AdNews